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Matrix marcou a mente dos espectadores principalmente porque trouxe em meio as cenas de ação questionamentos filosóficos que não eram usuais nesse tipo de cinema (o cinema pipocão).
Um dos conceitos que mais me marcaram no filme foi o de que nem tudo (ou quase nada) que percebemos é (ou pode ser) real.
Relembrando: No filme os humanos vivem presos dentro de uma realidade virtual desenvolvida por máquinas inteligentes, entre os humanos existem os libertos que lutam contra essas máquinas fazendo o que podem para libertar outras mentes. Uma clara referência a famosa "Caverna de Platão"?
Sim, mas tem mais aí...
Podemos pensar no filme como simplesmente uma, roupagem nova da alegoria de Platão, mas também podemos pensar em outras coisas: as que tocam na parte da realidade factual do mundo em que vivemos e na falha dos nossos sentidos em perceber todos os detalhes e variações que nos cercam; podemos também pensar que se trata de uma critica a sociedade humana como um todo, nas amarras invisíveis que nos cercam, desenvolvidas por estruturas sociais que muitas vezes (normalmente) fogem do nosso olhar, pois estamos tão inseridos nessa estrutura que é "uma prisão que não pode ver, sentir ou tocar" como diz Morpheus para o herói do filme, Neo.
Essa disputa da realidade e a nossa impossibilidade de enxergar o que é real tem ligações com a filosofia do conhecimento mas também fica clara (pelo menos para mim) uma ligação com a sociologia de tradição marxista," e a luta social impossível" de Bourdieu parece se materializar no filme através da impossibilidade dos não libertos de compreender a realidade que os cerca e muito menos lutar contra ela.
Nessa "batalha" que envolve todo o ser, de maneira integral com sua condição, a percepção real do mundo parece um fardo pesado demais, no filme "alguns não aguentam e enlouquecem" diz um personagem, pode ser que não só no filme aconteça isso. Na sociedade, muitos preferem se agarrar em certezas nebulosas ao invés de arriscar um conhecer mais profundo, um conhecer do mundo e de si mesmos.
Tentar “despertar” de maneira mais integral (corpo e mente), sem os dualismos cartesianos pré configurados em nós de maneira tão profunda não é tarefa fácil.
Reconhecer que “neste corpo tem gente!” que somos complexos e completos, que não somos simplesmente uma pilha de energia, requer um salto de "fé" como Neo faz no filme. Requer uma disponibilidadel de fazer grande esforços que nem sempre estamos dispostos a realizar. Ainda mais quando parece que todos os esforços para obter conhecimentos mais profundos, produzem poucos resultados positivos (isso quando produzem).
Para muitos, o verdadeiro herói do filme é o vilão Cypher, com sua frase icônica "A ignorância é uma bênção!" porém nos dias de hoje já podemos ver onde a epistemofobia tem levado grande parte da sociedade e como isso pode ser e é desastroso.
Embora essa busca pela sabedoria possa ser muitas vezes dolorosa, porque em muitos momentos irá envolver se esforçar mais ou abandonar crenças pessoais que se mostram falsas, ainda assim a busca pelo conhecimento (e autoconhecimento) se mostra o único caminho possível para nos tornar mais completos como seres humanos e como sociedade.
E embora possa ser uma tarefa hercúlea, abrir os olhos e tomar a pílula vermelha, ainda deve ser o caminho...
Direção: Irmãs Wachowski
Com: Keanu Reeves, Carrie Anne-Moss, Laurence Fishburne e Hugo Weaving
Nota: 9,0
Referências
Matrix, Lara e Lana Wachowski, 1999, Warner Bros.
Escola e Democracia, Dermeval Saviani, 1986, Cortex Editora.
Livro, Nesse Corpo Tem Gente! - Um Olhar Para Humanizar O Nosso Corpo, Maria Lucia Teixeira da Silva, 2013, Casa Do Psicólogo.
O que é Aprender?, Hugo Assman.
Corporeidade Humana, uma complexa trama transdisciplinar no aprender, Clésio José dos Santos Gonçalves.
A República, Platão.
Ambientada nas ruas de Santa Maria e principalmente na lendária Boate do DCE – que marcou a vida de gerações de jovens desde os anos 1970 até o seu encerramento nos anos 2010 –, a HQ acompanha os estudantes universitários Mica, Carlo, Daniel e Lia no início dos anos 2000 em algumas noites de sexta-feira, quando o grupo de amigos sai para se divertir e compartilhar experiências e dilemas da transição para a vida adulta, sempre ao som de uma boa trilha sonora.
Uma história com um som legal, com gente legal e cerveja barata, como diz a letra da música “Um lugar do caralho”, de Flávio Basso, o Júpiter Maçã, que empresta o título para esta história sobre amizades, descobertas e paixões.
Com 128 páginas impressas em papel pólen, no formato de 17 x 24 cm e com capa dura, a novela gráfica é a primeira publicação da editora hipotética, iniciativa criada a partir da galeria hipotética, espaço dedicado às artes gráficas em Porto Alegre (RS) de 2015 a 2020. O valor de venda da HQ é de R$ 59,90, e ela pode ser adquirida no endereço eletrônico loja.hipotetica.com.br.
Thiago Krening (Santa Maria, 1986) é graduado em Desenho Industrial pela UFSM, especialista em Cinema pela UFN e mestre em Design pela UFRGS.
Já trabalhou com ilustrações editoriais, artes para games, animações e design gráfico para clientes nacionais e internacionais. Publica histórias em quadrinhos de forma independente desde 2015.
Em 2018 publicou o primeiro quadrinho por uma editora, Abandonados pelos deuses: Sigrid, e ilustrou a adaptação para livro infantil das tirinhas Sofia e Otto, criadas por Pedro Leite. Em 2020, publicou Caçadora de Fãs: Uma Aventura Acadêmica, com roteiro de Fabio Mesmo, baseado na dissertação de mestrado de Larissa Becko.
Instagram: @thiagokrening
Dados da edição:
Um lugar do caralho, de Thiago Krening
128 páginas
Formato: 17 x 24 cm
Impresso em papel pólen 90g/m2
Capa dura
Onde comprar:
Disponível para compra em: loja.hipotetica.com.br
Valor: R$ 59,90
Mais informações:
(51) 99933-1781 ou contato@hipotetica.com.br / instagram @galeriahipotetica e @thiagokrening