segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

Café com Gibi 76: invasão golpista

 

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No dia 08 de janeiro, o Brasil viveu a versão tupiniquim de baixo orçamento da sua invasão ao capitólio, assim como foi o fiasco nós Estados Unidos, aqui também, e pra isso, Luciano Xaba conversa com Vinícius Vidal, Antônio Bergamasco e Giovanni Oldieboy, sobre o que foi e o que vai ser e o que deveria ter acontecido na invasão golpista.

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terça-feira, 10 de janeiro de 2023

Neo, Cypher e o culto a epistemofobia

 

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          O filme Matrix, lançado em 1999, marcou a história do Cinema, não só pela inovação tecnológica nos efeitos especiais e uso de câmeras, tão pouco porque apresentava um futuro distópico, outros já haviam sido apresentados pela 7°Arte.


Matrix marcou  a mente dos espectadores principalmente porque trouxe em meio as cenas de ação questionamentos filosóficos que não eram usuais nesse tipo de cinema (o cinema pipocão).

Um dos conceitos que mais me marcaram no filme foi o de que nem tudo (ou quase nada) que percebemos é (ou pode ser) real.

Relembrando: No filme os humanos vivem presos dentro de uma realidade virtual desenvolvida por máquinas inteligentes, entre os humanos existem os libertos que lutam contra essas máquinas fazendo o que podem para libertar outras mentes. Uma clara referência a famosa "Caverna de Platão"?

Sim, mas tem mais aí...


Podemos pensar no filme como simplesmente uma, roupagem nova da alegoria de Platão, mas também podemos pensar em outras coisas: as que tocam na parte da realidade factual do mundo em que vivemos e na falha dos nossos sentidos em perceber todos os detalhes e variações que nos cercam; podemos também pensar  que se trata de uma critica a sociedade humana como um todo, nas amarras invisíveis que nos cercam, desenvolvidas  por estruturas sociais que muitas vezes (normalmente) fogem do nosso olhar, pois estamos tão inseridos nessa estrutura que é "uma prisão que não pode ver, sentir ou tocar" como diz Morpheus para o herói do filme, Neo.


Essa disputa da realidade e a nossa impossibilidade de enxergar o que é real tem ligações com a filosofia do conhecimento mas também fica clara (pelo menos para mim) uma ligação com a sociologia de tradição marxista," e a luta social impossível" de Bourdieu parece se materializar no filme através  da impossibilidade dos não libertos de compreender a realidade que os cerca e muito menos lutar contra ela.

Nessa "batalha" que envolve todo o ser, de maneira integral com sua condição, a percepção real do mundo parece um fardo pesado demais, no filme "alguns não aguentam e enlouquecem" diz um personagem, pode ser que não só no filme  aconteça isso. Na sociedade, muitos preferem se agarrar em certezas nebulosas ao invés de arriscar um conhecer mais profundo, um conhecer do mundo e de si mesmos.

Tentar “despertar” de maneira mais integral (corpo e mente), sem os dualismos cartesianos pré configurados em nós de maneira tão profunda não é tarefa fácil.


Reconhecer que “neste corpo tem gente!” que somos complexos e completos, que não somos simplesmente uma pilha de energia, requer um salto de "fé" como Neo faz no filme. Requer uma disponibilidadel de fazer grande esforços que nem sempre estamos dispostos a realizar. Ainda mais quando parece que todos os esforços para obter conhecimentos mais profundos, produzem poucos resultados positivos (isso quando produzem).


Para muitos, o verdadeiro herói do filme é o vilão Cypher, com sua frase icônica "A ignorância é uma bênção!"  porém nos dias de hoje já podemos ver onde a epistemofobia tem levado grande parte da sociedade e como isso pode ser e é desastroso.

Embora essa busca pela sabedoria possa ser muitas vezes dolorosa, porque em muitos momentos irá envolver se esforçar mais ou abandonar crenças pessoais que se mostram falsas, ainda assim a busca pelo conhecimento (e autoconhecimento) se mostra o único caminho possível para nos tornar mais completos como seres humanos e como sociedade. 

E embora possa ser uma tarefa hercúlea, abrir os olhos e tomar a pílula vermelha, ainda deve ser o caminho...


Matrix (1999)

 Direção: Irmãs Wachowski 

Com: Keanu Reeves, Carrie Anne-Moss, Laurence Fishburne e Hugo Weaving

Nota: 9,0 


Referências

Matrix, Lara e Lana Wachowski, 1999, Warner Bros.

Escola e Democracia, Dermeval Saviani, 1986, Cortex Editora.

Livro, Nesse Corpo Tem Gente! - Um Olhar Para Humanizar O Nosso Corpo, Maria Lucia Teixeira da Silva, 2013, Casa Do Psicólogo.

O que é Aprender?, Hugo Assman.

Corporeidade Humana, uma complexa trama transdisciplinar no aprender, Clésio José dos Santos Gonçalves.

A República, Platão.

sábado, 8 de outubro de 2022

Café com Gibi 72: Setembro Amarelo
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Nesse episódio:

Lucas e a psicóloga Caroline Jones conversam sobre o mês de prevenção ao suicídio.

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terça-feira, 20 de setembro de 2022

Café com Gibi 71: MSP Jeremias, Pele

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Giovanni, Luciano Xaba e Lucantropus passam suas impressões sobre a Graphic Novel intitulada "Jeremias, Pele". 

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segunda-feira, 30 de maio de 2022

A Sociedade de Star Trek é Comunista?


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Texto do amigo Eduardo Pacheco Freitas, Historiador

A Federação  é comunista?

O questionamento presente no título desse texto é, frequentemente, objeto de debates entre os fãs de Star Trek ou até mesmo de ficção científica em geral.
Vale lembrar que Star Trek é uma série diferente das outras produções do mesmo gênero, já que nos apresenta um futuro utópico em vez dos onipresentes futuros distópicos do nicho da ficção científica. 

Por isso mesmo, é natural que surjam especulações sobre a natureza dos sistemas políticos, econômicos e sociais representados pela Federação Unida de Planetas.



Afinal de contas, se a distopia é nitidamente derivada do horror e do colapso final capitalista, a utopia seria a sua antítese comunista.

Sociedade Comunista seria a base das atividades da Frota Estelar?


Antes de procurarmos responder diretamente à pergunta-título, é necessário considerarmos que Star Trek é um produto da grande e poderosa indústria cultural estadunidense.

Como tal, tem como objetivo o lucro. Tem como finalidade ser vendida no mercado interno e externo, gerando também toda uma cadeia rentável de produtos derivados, como quadrinhos, livros, roupas, colecionáveis, grandes eventos, cruzeiros...

É um negócio lucrativo para os detentores da marca Star Trek e também para uma infinidade de outros empresários em todo o mundo.



É possível falarmos ainda assim de uma sociedade comunista que seria a base das atividades da Frota Estelar e portanto da maior parte dos personagens vistos na tela?

É possível que, por trás de um produto típico da indústria cultural capitalista, ainda assim esteja escondida (ou nem tanto assim) uma ética comunista?

Nem tanto ao céu (ou espaço), nem tanto à terra.

Star Trek, por ser produto de uma grande empresa, sempre carregará traços maiores ou menores da sua filosofia. 

Mas a empresa não faz nada sozinha. 
Quem cria Star Trek são os trabalhadores intelectuais e os técnicos. Dentre os principais trabalhadores por trás do sucesso de Star Trek estão os roteiristas. 

Eles estão no centro da produção. E, como temos visto ao longo de cinco décadas, eles são em geral bastante críticos.



É a crítica social desenvolvida por gerações de roteiristas envolvidos com Star Trek que formatou a ficcional Federação Unida de Planetas e os seus valores de igualdade, liberdade, tolerância, cooperação e paz.

É a insatisfação desses roteiristas com o presente - com o ethos capitalista e imperialista - que os levou a criar, olhando para o futuro, uma das mais importantes marcas de Star Trek: a crítica ao capitalismo e o sonho de uma sociedade pós-capitalista. Ambas estão amalgamadas na Federação.

Gene Roddenberry, criador de Star Trek, era comunista?



Gene Roddenberry foi o primeiro a concebê-la como uma sociedade onde os seres humanos, convivendo com diversas espécies alienígenas (representações da diversidade étnica e cultural da humanidade) superaram as primitivas formações sociais baseadas na acumulação de riqueza. 

Podemos dizer que Roddenberry era um comunista? Não. Mas seu sonho aproxima-se de maneira impressionante ao comunismo.


Na Federação Unida de Planetas os valores principais giram em torno da cooperação e do conhecimento. 

O comandante Benjamin Sisko já elucidava essa questão logo no primeiro episódio de Deep Space Nine:

"A coisa mais importante a entender sobre os seres humanos é que o desconhecido define nossa existência. Estamos constantemente procurando, não apenas respostas a nossas perguntas, mas novas perguntas. Somos exploradores. Exploramos nossas vidas dia a dia , e exploramos a galáxia, tentando descobrir as fronteiras de nosso conhecimento, e é por isso que estou aqui — não para conquistá-los com armas ou ideias, mas para coexistir… e aprender". (DS9, Emissary, 1993).


Star Trek: Comunismo internacional e interplanetário


Além disso, a Federação se distingue por aquilo que chamaríamos dentro do movimento comunista de internacionalismo.

Ou seja, a busca por uma grande união de povos que têm como objetivo o bem comum da humanidade. Sem exploração entre homens e nações. “Uma terra sem amos: a Internacional”, descreve poeticamente o hino dos comunistas. 

Porém, o comunista sabe que o internacionalismo não é sinônimo de homogeneização cultural. Ele convive perfeitamente com as identidades nacionais, que jamais são suprimidas em benefício de um ideal abstrato de comunismo. 

Domenico Losurdo, apoiado em Gramsci, esclarece a questão: “O internacionalismo não tem nada a ver com o desconhecimento das peculiaridades e identidades nacionais que continuarão a subsistir muito depois da queda do capitalismo” (LOSURDO, 2004, p. 121–122).

Não é isso a Federação? Mas alguns críticos, pensando nesta, que claramente apresenta formas estatais, argumentarão: “na sociedade comunista o Estado deixa de existir”.



Esta é uma visão utópica e messiânica do comunismo. Ela remete ao fim da história e de toda e qualquer contradição que adviria do mundo comunista. 

Com o término das contradições capitalistas novas contradições apareceriam, sem dúvida menos intensas e cruéis como as atuais. Mas ainda existiriam. 

Há a ideia de que o Estado surge na sociedade civil e se opõe a esta, sendo, por fim, reabsorvido por essa no comunismo.

Gramsci coloca em discussão a tese de extinção do Estado apontando que a própria sociedade civil é uma forma de Estado.

Além disso, é lícito pensar que com o desenvolvimento da sociedade comunista a função repressora do Estado tende a desaparecer dando lugar às funções econômicas e culturais, que percebem enorme progresso. Obviamente, alguma forma de coerção, ainda que mínima, continuará existindo.



Não é exatamente essa forma de Estado que encontramos representada na Federação Unida de Planetas? 

Ela não é uma associação de centenas de civilizações, com diferenças culturais consideráveis, porém unidas em um propósito de cooperação e paz? 

Uma reunião de povos sob a mesma bandeira, sob um governo central (Conselho da Federação) porém cada um deles mantendo sua própria língua, cultura, práticas ancestrais etc.?

Esta total liberdade cultural que vigora sob uma única bandeira pode ser verificada tanto em nível galáctico (basta pensar em vulcanos, humanos, andorianos, telaritas etc.) quanto na Terra, quando vemos Joseph Sisko com sua culinária creole ou Picard produzindo seu vinho tipicamente francês.

Ao mesmo tempo não constatamos que o Estado conhecido como Federação Unida de Planetas deixa de lado a repressão e investe na aquisição de conhecimento e no compartilhamento de suas descobertas?

Evidentemente, há o caso dos Maquis, que possuem uma causa justa, contra o imperialismo cardassiano associado momentaneamente à Federação e são reprimidos por esta última. 



Mas não é essa uma exceção (embora vergonhosa) e que cabe perfeitamente nas contradições que ainda não cessaram e no processo de longa duração de implementação de uma sociedade não opressiva? 

De qualquer forma, lembremos que a coerção ainda existirá - mesmo que diminuta - como de fato existe na Federação.

Star Trek, Comunismo e Sociedade Pós-Capitalista



Como visto, ao perguntarmos se a Federação é uma sociedade comunista encontramos muitas dificuldades pelo caminho.

Desconsiderando os fãs incapazes de compreender que, no mínimo, a Federação assume a forma de uma sociedade pós-capitalista, alguns comunistas — em geral aqueles que atacam as revoluções russa, chinesa, vietnamita, coreana e cubana — entenderão que a resposta é não.

Afinal, para eles, não é possível o comunismo com Estado e o comunismo nacionalista, que preserva e sustenta a cultura nacional, sobretudo frente ao imperialismo.

Já para um outro tipo de comunista, dentre os quais me incluo, a resposta poderá ser afirmativa.


 
A Federação é uma forma de Estado que promove a igualdade e a liberdade como valores coetâneos e complementares, existindo como ente econômico, cultural e político pertencente a diversos povos associados. 

Embora nela ainda exista um mínimo de coerção, não há mais espaço para a opressão de classe ou contra identidades nacionais, elementos indissociáveis e indispensáveis para a construção do comunismo.


Referência

LOSURDO, Domenico. Fuga da história? A revolução russa e a revolução chinesa vistas de hoje. Rio de Janeiro: Revan, 2004.

***

Eduardo Pacheco Freitas é professor e historiador. Apresenta o canal "Apenas um Trekker".

É autor de Star Trek: Utopia e Crítica Social (2019) e O’Brien deve sofrer! (2021).

Os livros podem ser encontrados no link a seguir: https://linktr.ee/livrosstartrek

Eduardo Pacheco Freitas
Historiador (CRP-023/RS)


sábado, 28 de maio de 2022

Café com Gibi 66: Jibaro, a Natureza e o Homem
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 Nesse episódio:

Lucas comenta sobre sua interpretação sobre o episódio 3x9 de Love, Death and Robots, Jibaro.

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terça-feira, 24 de maio de 2022

Café com Gibi 63: Truman e a Caverna de Platão

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Nesse episódio:

Refletimos sobre a mensagem do filme O Show de Truman.

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