No ano de 2003, durante a invasão americana ao Iraque, tropas Americanas bombardearam várias cidades, entre elas é claro, Bagdá, capital do Iraque, e nesse processo, um alvo inesperado, o zoológico da cidade foi atingido, matando, ferindo e libertando alguns animais, inclusive 4 leões.
Aqui, temos uma história de ficção, Leões de Bagdá (Pride of Baghdad 2006), publicada no Brasil em 2008 e uma edição de luxo em 2018, publicada pela Panini.
Leões de Bagdá conta esse acontecimento, com olhos mais sensíveis e acompanhamos uma aventura de descobertas nas mãos de Brian K. Vaughan e Niko Henrichon.
A arte de Leões de Bagdá por Niko Henrichon
Desenhada por Niko Henrichon, esse quadrinho, acompanha de forma a trajetória desse animais em seu último dia de cativeiro rumo a liberdade.Os desenhos de Henrichon trabalham com uma textura que faz sua arte parecer tangível, o leitor consegue sentir o clima, o ambiente, por vezes, os tons avermelhados dão a sensação de poeira no ar, e as páginas com tons esverdeados, aquele alívio de ar puro, nós levando a sentir o que os leões sentem.
Essa e outra característica interessante no traço de Niko Henrichon, que em alguns momentos pode parecer, na minha visão leiga, mal finalizada, mas mesmo assim é muito expressiva.
Conseguimos identificar cada personagem dentro da história, e a expressão fácil, mesmo em feras como leões, macacos, servos, ursos e pássaros, é tão emocional, é possível entender, raiva, medo, e felicidade naqueles animais.
Brian K. Vaughan faz um épico em Os Leões de Bagdá
Na história escrita por Vaughan, vemos os leões planejarem sua liberdade, onde o acaso (e o caos da guerra) providenciou um caminho.
Os 4 leões, percorrem uma cidade devastada, abandonada pelos humanos que acaba se tornando a savana quase selvagem para aqueles animais.
Lemos e entendemos as preocupações, os desejos e as angústias deles.
Brian K. Vaughan conta uma história de descoberta, sobrevivência e liberdade, com a habilidade que já é conhecida.
Leões de Bagdá, pintura e poema para a Liberdade
Esses dois artistas nos levam por cada página, como uma pintura e um poema selvagem, rumo ao horizonte, a liberdade.
Assim como o início da história, temos os fatos, e o desenvolvimento são apenas suposição literárias e poéticas, no encerramento desta aventura tudo nos é mostrado.
A realidade como é, e não como gostaríamos que fosse.
Mas aqui não vou dar mais Spoilers, se te bateu a curiosidade sobre a HQ aconselho que vá ler, pois essa Leões de Bagdá é um daqueles Gibis que justificam as Histórias em Quadrinhos serem chamadas de 9° Arte.
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