Antes de qualquer coisa, devo deixar claro que isso não é um review, mas sim uma carta de amor ao jogo que me salvou de um período de depressão — o qual eu não darei muitos detalhes no decorrer do texto, pois prefiro evitar gatilhos —, sendo o refúgio onde minha sanidade se renovava, em uma completa imersão em um novo mundo e uma narrativa diferente e envolvente.
Lançado em 2006 no ocidente para PlayStation 2, o jogo é todo ambientando no mundo do game intitulado The World R:2, a versão mais atual do MMORPG mais jogado do mundo; e também o substituto do primeiro The World, onde foi ambientado a primeira tetralogia da franquia .hack//, também lançados para PlayStation 2: Vol.1 //Infection, Vol.2 //Mutation, Vol.3 //Outbreak e Vol.4 //Quarantine. Já o caso do .hack//G.U., foi uma trilogia: Vol.1 //Rebirth, Vol.2 //Reminisce e Vol.3 //Redemption.
Todas as capas dos jogos lançados para PlayStation 2.
Porém, talvez seja mais justo dizer que os jogos citados sejam apenas dois jogos, já que tanto a tetralogia quanto a trilogia tem seus jogos ligados. Acredito que isso seja um tanto óbvio, mas vou explicar: cada jogo tem sua sequência começando exatamente na cena final do jogo anterior; E, inclusive, você pode carregar seu save data do jogo anterior, começando o próximo com o mesmo level e itens dos seus personagens. Caso não tenha um save, o jogo te dará um level base e alguns itens, além de um resumo de tudo que aconteceu até ali.
Feita as devidas apresentações, vamos ao que interessa: o jogo em si!
Aqui você encarnar na pele de Haseo, um famoso PKK — sigla para Player Killer Killer, uma espécie de matador de matadores de outros jogadores, os famosos PKs. Porém, ele não é um justiceiro, mas um vingador, pois ele busca PKs desesperadamente tentando obter informações sobre um PK específico: o misterioso Tri-Edge.
Este misterioso
jogador é muito temido, pois todos que são atacados por ele entram em coma no
mundo real — sim, as pessoas entram em coma fora do The World R:2 —; e Haseo o
procurar pois Shino, sua amiga e, até certo ponto, mentora de sua antiga
Guilda, a Twilight Brigade está em coma após ter sido atacada pelo misterioso
Tri-Edge.
E assim começa a jornada de Haseo, uma viagem de vingança, aprendizados, evolução como pessoa, vínculos de amizade e a compreensão de seus reais sentimentos por Shino, pois o jogo nunca deixa claro se é uma amizade, um respeito profundo, ou um romance — e devo admitir que não deixar isso claro foi a melhor escolhas que os desenvolvedores fizeram, pois isso termina tendo uma forte influência para o desenvolvimento de toda a história do jogo e laços com outros personagens.
Já falando do gameplay do jogo...
Sim, ele é bom!
Principalmente para a época de lançamento, um RPG de ação, bem nos moldes da
franquia “Tales of...”, mas aqui você apenas controla Haseo e define funções,
ou focos, para os demais membros do grupo; além de comandos para golpes em
conjunto e especiais.
Cena do combate do jogo.
Rejoguei recentemente
só para avaliar o combate. Ele envelheceu um pouco, mas ainda é bem agradável e
qualquer um que goste de RPGs de ação, e ainda é muito novo, pode jogar sem
ficar tão incomodado; já a velha-guarda dos games... Provavelmente jogará sem
críticas negativas.
Imagem básica de um deck de Crimson VS.
Uma coisa que não
posso deixar de mencionar é a trilha sonora deste jogo que é incrível! Toda ela
é composta com uma ópera, com arranjos e instrumentos típicos do estilo.
Uma dica: se você usa
o Spotify, digite na busca “.hack//G.U.”, ou apenas “.hack//”; e ouça a trilha
sonora do game. Garanto que será uma grata surpresa.
A trilha de .hack//G.U. no Spotify.
Mais um mérito que este jogo tem é como ele lida com temas pesados como bullying, depressão, assédio sexual, entre outros; de forma sutil, evitando cenas fortes, optando pela sutileza do contexto para que você entenda a gravidade da situação e traumas que cada personagem passa. E vou confessar a vocês: chorei pela Atoli, pelo Phyllo, pelo Gaspard e, principalmente, pela Alkaid — a minha personagem favorita.
Em 2017 o jogo ganhou uma versão remasterizada para PlayStation 4 e PC (via Steam), com todos os volumes em um só pacote, que além de melhorar texturas e mudar a resolução para os padrões atuais, ainda adicionou um novo volume, o Vol.4 //Reconnection; que pega o gancho da cena final do último jogo — e que eu logicamente comprei em ambas as plataformas —, dando uma última explicação sobre o fim de um personagem específico — que não posso mencionar seu nome, pois seria um spoiler imperdoável para quem decidir jogar este game Spotify — e agora torna .hack//G.U. oficialmente em uma tetralogia. Esta coletânea ganhou foi intitulada de .hack//G.U. Last Recode.
E para começar a
caminhar em direção ao fim deste texto, gostaria de falar da minha experiência
com a franquia.
Comprei .hack//G.U. Vol.1
//Rebirth durante uma viagem em 2009. Apaixonei-me pela estética bem estilo anime
que a capa do jogo tinha — e tenho que deixar claro aqui: amo animes —; e
confesso: comprei só pela capa.
Neste mesmo período
eu estava trabalhando demais — eu e meu sócio tínhamos muitas brigas — e também
estava em um namoro nada saudável, onde eu fiquei preso por conta de ameaças de
suicídio da outra parte. Como respeitava muito toda a família da minha ex, cedi
aos pedidos de continuar o relacionamento até que ela estivesse bem o
suficiente para encarar um término.
E só para
contextualizar esse relacionamento, ela já tinha problemas antes, mas, por
motivos que não posso expor — coisas muito íntimas entre ela e seu pai
biológico —, as coisas foram piorando. Ajudei até onde pude, mas chegou a um
ponto que começou a me fazer mal; e continuá-lo naquelas circunstâncias me
destruiu por completo, pois era o estresse com o trabalho, lidar com um TCC —
sim, eu estava no último semestre do meu curso de Publicidade e Propaganda — e
ainda me manter num relacionamento em que eu não queria estar.
Quando eu estava no
momento mais profundo de todos estes problemas, conheci .hack//G.U.. Este jogo
virou o meu refúgio, onde eu esquecia o mundo e me tornava Haseo, amigo de Khun
e Pi, que se aventurava pelas áreas de The World R:2 e amadurecia com o passar
do tempo.
O resultado de ter
jogando o primeiro volume? Comprei os outros 2 volumes originais! Foram os
únicos jogos originais de PlayStation 2 que tive na vida! Vendi o video game,
mas fiquei com os jogos, pois eles tinham um valor sentimental muito forte para
mim.
Mas, infelizmente, em 2020 eu tive que vendê-los, pois são jogos raros, valiam uma boa grana; e eu me meti numa roubada por conta de outra pessoa, que deixou um débito no meu cartão de crédito — sim, fui burro em deixar essa pessoa usar o meu cartão. E como a pandemia complicou muito as finanças lá de casa, vendi para quitar o cartão e ter um problema a menos na minha vida. Porém, ainda comprarei novamente as cópias originais do PlayStation 2, inclusive o Vol.1 também, para deixá-los em minha coleção.
Última foto dos jogos antes de serem postados nos Correios.
Agora, para
finalizar, gostaria de dizer para aqueles que se interessaram, tanto pelo jogo,
quanto pela minha relação com ele; que deem uma chance a ele, pois é um jogo
com uma ideia interessante, personagens carismáticos, sistema de combate
satisfatória, um mundo interessante de ser explorado e temáticas que vão te
fazer sofre e sorrir junto aos seus personagens. Então fica a dica aí para que
tiver PC, PlayStation 4 ou PlayStation 5 — lembre-se, o novo console da Sony roda
os jogos de seu antecessor.
Muito boa essa história toda. 👏🏻👏🏻👏🏻
ResponderExcluirAdorei.